A MAÇÃ E A POESIA
Maçã foi só maçã quando convim.
Olhei-a ontem qual só olhasse um fruto.
Eu fui tão mau, com um pensamento enxuto,
Adormeci a poesia em mim.
Então a fiz prestar-se, num minuto,
A ter seu mais inesperado fim.
Pobre maçã, que anteontem vi o carmim
- Calíope, instinto, amor... Foi só um soluto...
Mas eu, que até do breu já trouxe o dia,
Como da aurora, em facho, a escuridão,
Hoje acordei: “Maçã, não foste em vão!
No coração tu foste concebida,
E a minha mão que desembota a vida,
O peito me abre... És musa! És poesia!”
(Smiley Castelo Branco)
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
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