A MOÇA PETRIFICADA
Era só mais uma que se isola do mundo
Ela simplesmente não sentia
Ignorava todos e tudo, se fazia alheia.
A menina a paquerava e ela ignorava
O menino a queria e ela esnobava
Vivia só, numa auto suficiência
Que era uma tortura diária.
Mas ela não sabia que se torturava,
Essa mulher arrogante e indiferente
Ignorava o amor e amizade
Tomada pelo individualismo da sociedade
Não tolerava o choro da criança,
Não gostava das noitadas adolescentes
Odiava a beleza dos amores duradouros.
Era uma louca desvairada e triste
Não sabia o que era amar,
Mas sabia do amor e o recusava
Trabalhava, dormia, comia, se masturbava
Sempre trancada em si
Ela não ria, não chorava, não sofria.
Tinha medo de sentir, de gostar ...
Há quem diga que outrora ela amou,
Outros a chamam de coitada,
Mas ela repudia a compaixão dos pobres.
Ela é gélida
Tem uma beleza petrificada e insensível
Dói olhar para ela.
A criança pergunta pro avô: - Quem é essa moça, vovô ?
E o avô, sentido, responde: - É uma doida
Que "semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre".
(Wliana Araújo)
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
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