Organização: Catarina Maul
Assessoria: Cristina Scudeze



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A MOÇA PETRIFICADA

A MOÇA PETRIFICADA



Era só mais uma que se isola do mundo

Ela simplesmente não sentia

Ignorava todos e tudo, se fazia alheia.


A menina a paquerava e ela ignorava

O menino a queria e ela esnobava

Vivia só, numa auto suficiência

Que era uma tortura diária.


Mas ela não sabia que se torturava,

Essa mulher arrogante e indiferente

Ignorava o amor e amizade


Tomada pelo individualismo da sociedade

Não tolerava o choro da criança,

Não gostava das noitadas adolescentes

Odiava a beleza dos amores duradouros.


Era uma louca desvairada e triste

Não sabia o que era amar,

Mas sabia do amor e o recusava


Trabalhava, dormia, comia, se masturbava

Sempre trancada em si

Ela não ria, não chorava, não sofria.


Tinha medo de sentir, de gostar ...


Há quem diga que outrora ela amou,

Outros a chamam de coitada,

Mas ela repudia a compaixão dos pobres.


Ela é gélida

Tem uma beleza petrificada e insensível

Dói olhar para ela.


A criança pergunta pro avô: - Quem é essa moça, vovô ?

E o avô, sentido, responde: - É uma doida

Que "semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre".

(Wliana Araújo)

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