Organização: Catarina Maul
Assessoria: Cristina Scudeze



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SETEMBRO NEGRO

SETEMBRO NEGRO


Rompia o céu à chuva cinza

Pretejando a alva alma

Cambaleando ia o pobre nu andando

Sem fala, afobado, porém com calma.

Os granizos negros quebravam os vidros

E as aves se precipitavam

Então, houve o medo do amanhã.

A esperança se prostituiu com a vergonha

E o corcunda sangrou solitário na calçada

Misturando maquiagem com a cinza chuva

E tudo se resumiu em gargalhadas.

Tempestuoso era o vento daquele mês

Que abalava a casa mal feita

A xepa podre dada na feira

Que o corcunda saboreava a beira.

Era setembro negro

Negro setembro

Cruzando o caminho da cruz

Finalmente morto, ele pode ver a luz.

Então Quando a luz dos olhos meus

E a luz dos olhos teus resolvem se encontrar

Tive a certeza de estar no céu.

(Guido Campos)

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