SEGREDOS
Quando o meu olho encontra a tua face, Ou quando o teu vem fitar-me o rosto,
Eu me desvio, mas com desgosto,
Por não querer que isso assim se passe.
Que não desvio se, cauto, o vulto,
E o meu olhar do teu não separo,
Então com um impasse eu me deparo:
“O que revelo, o quanto deixo oculto?”
Carrego o medo que me penetre,
Adentro os olhos tua visão,
Vendo a minh’ alma o que me impetre,
E os meus medos e minha paixão.
Por isso – eu guardo esse segredo –,
Tendo o receio de desvelar-te
Meus sentimentos, minha ima arte,
Que tanto oculto, é que eu me arredo.
E pensas tu que te ignoro?!
Como te enganas nesse enredo!
Em ti refrato, mas te adoro,
De um desengano, só, tenho medo!
Perdoe, pois, esse inocente,
Por essa arcana hesitação,
E não me julgues cruel, mas tente
Ler, no silêncio, meu coração!
(Nadeem Tahir)
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
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