Organização: Catarina Maul
Assessoria: Cristina Scudeze



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SEGREDOS

SEGREDOS


Quando o meu olho encontra a tua face, Ou quando o teu vem fitar-me o rosto,

Eu me desvio, mas com desgosto,

Por não querer que isso assim se passe.

Que não desvio se, cauto, o vulto,

E o meu olhar do teu não separo,

Então com um impasse eu me deparo:

“O que revelo, o quanto deixo oculto?”

Carrego o medo que me penetre,

Adentro os olhos tua visão,

Vendo a minh’ alma o que me impetre,

E os meus medos e minha paixão.

Por isso – eu guardo esse segredo –,

Tendo o receio de desvelar-te

Meus sentimentos, minha ima arte,

Que tanto oculto, é que eu me arredo.

E pensas tu que te ignoro?!

Como te enganas nesse enredo!

Em ti refrato, mas te adoro,

De um desengano, só, tenho medo!

Perdoe, pois, esse inocente,

Por essa arcana hesitação,

E não me julgues cruel, mas tente

Ler, no silêncio, meu coração!

(Nadeem Tahir)

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