O OMBRO
Não fica assim.
Quero sim pegar em tuas mãos.
Só um pouco. Sou louco ?
Desejo que nossos corações pulsem na mesma direção.
Viemos de caminhos distintos
vinho branco em taça de tinto, plebeu em jantar à luz de vela
e tu, tão bela, no baile sem fim a girar, a girar, a girar...
Por isso que não quero que acabemos assim.
Tenha calma. Escuta-me.
Dei minha alma; sei que errei.
Pulsei minhas veias sob tua pele e como pulsei.
Deveria apenas entregar meu ombro a ti
para que pudesse sonhar, chorar, espernear, se libertar de ti, de mim, de nós.
Escuto muitas vezes apenas minha voz
sob o mesmo teto, sentados em sofás opostos.
Como intenção de afeto estou disposto
a esquecer nossos defeitos desconsiderações traições.
Reflita: conflitos sempre existirão.
Admita: somos cúmplices em nossa relação.
Turbilhão de carinhos, anseios, realizações e devaneios.
Quer me condenar pela luz dos olhos meus ?
Permito.
Permita então que mergulhe na luz dos olhos teus.
Mesmo que nunca se encontrem dentro do abismo do oceano
com o passar da maré, dos anos, trocando rimas, palavras e versos
em vão.
Mesmo que sejamos feixes paralelos na imensidão de luzes no universo
Enquanto dure.
(Paulo Mauá)
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
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